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A população brasileira enfrenta muitas dificuldades para manter a saúde em dia. Apenas metade das pessoas consegue adquirir todas as terapias que precisa, pelo tempo necessário. Esse é um desafio solitário porque 75% dos medicamentos consumidos no país são comprados com recursos do próprio paciente, sem auxílio do governo, nem da saúde suplementar.
Ciente disso, a indústria farmacêutica busca caminhos para facilitar o acesso da população. O Relatório de Responsabilidade Social da INTERFARMA revela que 67% dos laboratórios associados têm programas de acesso. As iniciativas são divididas em três grupos: ações para população de baixa renda, cooperação com as autoridades para a gestão de recursos na assistência farmacêutica e campanhas para a população.
“A luta por acesso ainda é uma questão preocupante e muito importante no Brasil. Todos precisam agir, inclusive a indústria farmacêutica”, afirma Maria José Fagundes Delgado, diretora da INTERFARMA e responsável pelo relatório.
As ações para brasileiros de baixa renda lideram as iniciativas de acesso, com 67% de adesão. O relatório mostra que aconteceram mutirões, exames gratuitos, distribuição de medicamentos para doenças raras e para hanseníase.
Já as ações de cooperação com as autoridades, presente em 65% das indústrias, gerou parcerias com o Instituto Butantan para a fabricação de vacinas, além do apoio para introdução de imunizantes no Calendário Nacional de Imunização. Há também muitas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) em andamento, que são os processos de transferência de tecnologia entre as esferas privada e pública.
Por fim, as campanhas de conscientização e prevenção estiveram no planejamento de 63% das indústrias. Foram campanhas para diagnóstico precoce de doenças raras, adesão ao tratamento contra tuberculose, promoção da saúde da mulher, esclarecimentos sobre AVC (Acidente Vascular Cerebral), DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), hipertensão pulmonar, esclerose múltipla e câncer. As associadas da Interfarma realizaram ainda ações de conscientização contra diabetes no ambiente escolar e contra cistite, que chega a atingir 50% das mulheres em algum momento da vida.
Ações triplicaram
No total, as participantes do relatório de responsabilidade social investiram R$ 38 milhões em ações socioambientais, sendo R$ 4 milhões dedicados exclusivamente ao meio ambiente. Foram realizadas 2.148 iniciativas de responsabilidade social em 2014, número três vezes maior que o ano anterior.
Metade das participantes é de grande porte, com mais de mil funcionários. Cerca de 30% responde pela faixa entre 201 e mil colaboradores, enquanto o restante tem até 200 empregados. Juntas, as farmacêuticas empregam quase 27 mil pessoas. Todas as empresas têm sede no Brasil, sendo que 86% estão em São Paulo e 14%, no Rio de Janeiro.
“Em 2015, aderimos ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) – a maior iniciativa de responsabilidade corporativa do mundo. Isso sinaliza o compromisso das empresas de apoiar e aplicar, em suas esferas de influência, um conjunto de 10 princípios relacionados a quatro áreas fundamentais: direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção”, afirma Maria José.
A INTERFARMA tem 56 laboratórios associados, dos quais 28 participaram do relatório. O documento completo está disponível no site da Interfarma.
Fonte: Interfarma